Palavra da Redatora - Nesse mundo tão diverso em que vivemos, a expressão 'gestão profissional' pode significar mais do que parece e poderemos observar isso a cada dia através da possibilidade de obter informações através da internet. As 'informações' nos permitem criar comparações assim: - Se Lance Armstrong tivesse nascido no Brasil, talvez hoje estivesse entregando pizza. Tudo pode se resumir a uma questão de 'gestão profissional'.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

- URGENTE: Novo estatuto do CPB, aprovado ontem em Brasília, pode provocar mudanças indesejáveis

Brasília - 23/04/08 - quarta
MUDAM as regras no CPB
Nas pistas, piscinas, gramados, quadras e tatames, o esporte paraolímpico brasileiro brilha. A quatro meses dos Jogos da China, já garantiu 183 vagas em 17 modalidades – 85 a mais do que em Atenas’2004 (13 esportes) e quase o triplo de Sydney’2000 (nove). Mas, nos bastidores, o cenário ainda é de muita luta, principalmente contra o preconceito.
O novo estatuto do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), aprovado ontem em Brasília, abre as portas a filiações olímpicas na entidade. A longo prazo, para o presidente da Associação Mineira de Paraplégicos (AMP), Leonardo Motta, pode significar perda de autonomia. “A tendência é o próximo presidente não ser um paraolímpico. É muito ruim para a imagem do CPB. Passa a mensagem de que somos incapazes de gerir nosso próprio comitê”, acredita o dirigente, de 52 anos, paraplégico desde os 22, quando fraturou a coluna, em acidente de carro.
“Daqui para a frente, as filiações olímpicas vão participar das decisões das paraolímpicas. Nosso medo é sermos engolidos pela estrutura deles, infinitamente maior”, justifica O presidente do CBP, Vital Severino Neto, deficiente visual, ficará no cargo até a eleição, no início de 2009.
Para Leonardo, a perda do patrocínio de R$ 10 milhões da Petrobras, oficializada no início do ano, pode tirar da Paraolimpíada alguns atletas com índice garantido para Pequim. “No mínimo, essa perda de investimento afeta nosso cronograma. Sou presidente da Federação Brasileira de Basquete Paraolímpico e, pela primeira vez na história, conseguimos classificar os times feminino e masculino por méritos, e não por meio de convite. E ainda não sabemos se vamos ter dinheiro para bancar uma estrutura de treinamento em tempo hábil antes de viajar para a China.”
A assessoria do CPB pondera que vem buscando novos parceiros e garante que ninguém com índice deixará de ir à China. O projeto Rumo a Pequim 2008 já conseguiu investimentos de R$ 159 mil da Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) e R$ 350 mil do Banco Pine S/A. Há ainda o repasse de R$ 14,5 milhões anuais da Lei Agnelo/Piva, que destina 2% da arrecadação bruta das loterias da Caixa Econômica Federal (CEF) ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) – 15% dos quais vão para o CPB. Sem contar os cerca de R$ 6 milhões da CEF, patrocinadora oficial.
DEFASAGEM
Os atletas paraolímpicos sentem na pele a diferença de tratamento para os olímpicos. Em exemplo lamentavelmente corriqueiro, no início do mês, a Meia-maratona da Linha Verde, em Belo Horizonte, organizada pela Academia By Japão, premiou com cheques de R$ 8 mil os vencedores das provas principais – os quenianos Kyprono Chemwolo Mutai e Eunice Jepkirui Kirwa –, cabendo ao ganhador entre os cadeirantes, Isael de Oliveira Frade, o que Leonardo classificou de “esmola”: R$ 150.
“Vai contra o princípio do esporte de promover a igualdade e a inclusão social. Um absurdo de quem ofereceu essa quantia e maior ainda de quem a aceitou. Mas sabemos que não mudará enquanto não houver uma transformação maior na cabeça das pessoas. Muitos ainda vêem os paraolímpicos como um bando de aleijados correndo atrás da bola. Para nós, é uma ferramenta politizadora e de educação social”, desabafa Leonardo.
Fonte - http://www.superesportes.com.br/

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