Palavra da Redatora - Nesse mundo tão diverso em que vivemos, a expressão 'gestão profissional' pode significar mais do que parece e poderemos observar isso a cada dia através da possibilidade de obter informações através da internet. As 'informações' nos permitem criar comparações assim: - Se Lance Armstrong tivesse nascido no Brasil, talvez hoje estivesse entregando pizza. Tudo pode se resumir a uma questão de 'gestão profissional'.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

CBC - E o tiroteio continua...

CONVOCAÇÕES com critérios "suspeitos"
criam polemicas

Em meio a uma grande polêmica, motivada pela decisão da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) em não levar nenhum representante feminino para o Mundial de Mountain Bike, que será disputado dia 6, em Canberra, na Austrália, Congonhas sedia domingo a terceira e última etapa da Copa Internacional Sundown, que conta pontos para o ranking mundial. A prova, como de costume, será no formato maratona.

No feminino, a mineira Érika Gramiscelli, a número 1 do ranking brasileiro, a atleta mais prejudicada com a medida da CBC, já conquistou o título por antecipação, depois de vencer as duas primeiras etapas. Tem 46 pontos, contra 36 de outra atleta do estado, Roberta Stopa. No masculino, três bikers na briga pelo título: o mineiro Rubens Donizete Valeriano, o Rubinho, lidera com 41 pontos, um a mais que o segundo colocado, o catarinense Ricardo Pscheidt, e sete a mais que o paulista Edivando Souza Cruz.

Ao tomar conhecimento da lista de convocados, que tem Rubinho, Edivando e Pscheidt na categoria Elite, Henrique Avancini e Shermann Prezza de Paiva, na sub-23, e Frederico Nascimento Mariano, na júnior, Érika se revoltou. Conversou com o presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), José Luiz Vasconcelos, que passou a bola para o técnico, Eduardo Ramires, que deu uma resposta nada elegante.

“Ele disse que o mountain bike feminino brasileiro não tem nível. Que faltam desempenho físico e performance. Disse ainda que falta garra e que mulher não suporta dor”, diz Érika, que não aceita nenhuma das colocações, mas lamenta não poder fazer mais nada. “A gente vem se esforçando. Abri mão do Pan-Americano do Chile’2009, para me preparar para a temporada. Em 2008 competi sempre por conta própria, pois não tinha ajuda da confederação. Agora, a situação é bem diferente, pois a entidade tem dinheiro, com o patrocínio do Banco do Brasil.”

O que mais revolta Érika é o fato de que para ela a decisão é um ato prejudicial ao esporte. “Como querem que o Brasil tenha competidoras de nível se não nos dão condições de competir no exterior, em alto nível? Além do mais, isso é um desestímulo às jovens atletas, pois competir para quê? Essa atitude da entidade vai jogar o mountain bike feminino no fundo do poço, pois provavelmente, dentro de cinco anos, a categoria terá desaparecido. Nunca fazem nada pelo mountain bike feminino no Brasil. Não podemos nos esquecer, que a Jacqueline (Mourão) só chegou à Olimpíada porque houve uma união de forças, dela, minha, da Roberta e da Juliana. Nós competimos bancando todas as despesas, aqui e no exterior.”

Érika reclama também da não existência de uma seleção permanente, como ocorre em outros esportes, e lembra que isso é uma determinação do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). “Todas as federações fizeram isso e estão conseguindo resultados. Só o ciclismo não.”

Fonte - Superesportes
Na foto Érika Gramiscelli

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