Palavra da Redatora - Nesse mundo tão diverso em que vivemos, a expressão 'gestão profissional' pode significar mais do que parece e poderemos observar isso a cada dia através da possibilidade de obter informações através da internet. As 'informações' nos permitem criar comparações assim: - Se Lance Armstrong tivesse nascido no Brasil, talvez hoje estivesse entregando pizza. Tudo pode se resumir a uma questão de 'gestão profissional'.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

- E as reclamações contra a CBC continuam

São Paulo/SP - 15/01/09 - quinta

Presidentes de federações clamam por mudanças na CBC
Cinco presidentes de federações de ciclismo do Brasil, que estiveram no último domingo (11), em Santos, acompanhando o 1º Mundialito de Ciclismo, estão descontentes com a postura da Confederação Brasileira de Ciclismo. Na opinião dos dirigentes, a entidade não incentiva o esporte e também não tem planejamento. De acordo com eles, esses são os dois principais fatores que atrapalham o desenvolvimento da modalidade no País.
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-"Precisamos urgentemente de uma mudança na postura da Confederação Brasileira de Ciclismo. Estamos a dois anos dos Jogos Pan-Americanos, a três dos Jogos Olímpicos e não existe planejamento ou proposta de planejamento", declarou o presidente da Federação do Mato Grosso do Sul de Ciclismo, Enio Oliveira. "O Brasil tem que ser referência nas Américas e isso não acontece por falta de planejamento. Até o momento, a atual direção que comanda o ciclismo brasileiro não fez nenhum trabalho de renovação de atletas ou buscou patrocínio para a entidade", acrescentou o dirigente, que assumiu a presidência da federação há dois anos. "No Estado, a modalidade que mais cresceu nos últimos dois anos foi o ciclismo. Fizemos um trabalho de base e já estamos colhendo os frutos. O uso da bicicleta é cultural", contou Oliveira.
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Quem também reivindica apoio por parte da direção nacional do ciclismo brasileiro é o presidente da Federação do Mato Grosso de Ciclismo, Manoel Lima. "A CBC esqueceu da nossa região. Além disso, nos últimos oito anos, a entidade não realizou nenhum trabalho de base e também não ajudou quem quisesse realizar esse trabalho", afirmou Lima. "Faltam apoio e patrocínio a nível nacional. Tínhamos que ter apoio para realizar intercâmbios com outros estados", disse. "Mesmo sem apoio, estamos fazendo a nossa parte para oferecer melhores condições aos atletas do nosso Estado", completou.
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Outro presidente que criticou a postura da CBC foi Fábio Marques Filho, que preside a Federação do Espírito Santo de Ciclismo desde abril de 2008. "O Brasil tem bons ciclistas, porém ainda falta planejamento e patrocínio por parte da direção da CBC. O ciclismo brasileiro está muito distante em relação aos outros países devido a essa falta de apoio", opinou o dirigente. "Quando assumi a federação, tínhamos dívida e estava tudo parado. Contávamos com apenas a boa vontade dos atletas. Em oito meses, fizemos um trabalho e resgatamos o esporte no Estado. Hoje, temos uma equipe profissional e de nível", contou.
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Quem também reclama da falta de apoio é o presidente da Federação Amapaense de Ciclismo (FAC), Antonio Carlos Araújo. "Desde 2005, quando eu reassumi o cargo, não temos apoio da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC). A entidade não tem nenhum plano para a região Norte", reclamou. "A CBC divulga um calendário e depois muda e não marca nova data. A Copa Norte está sempre no calendário, mas não é realizada há vários anos. A entidade não pode ficar apenas no discurso", afirmou o dirigente, que foi um dos criadores da Copa Norte de Ciclismo em 1998. "A nossa federação está promovendo cinco provas por ano válidas pelo ranking nacional, no entanto, não temos o apoio. Estamos lutando com a nossa própria força", emendou.
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Um dos organizadores do 1º Mundialito de Ciclismo, José George Breve, que é presidente da Federação Paulista de Ciclismo (FPC), concordou com as reclamações feitas pelos outros presidentes. "Nos últimos oito anos o ciclismo brasileiro não evoluiu. Se dependêssemos somente da CBC, não tínhamos revelado nenhum atleta", declarou o dirigente. "Vale destacar que a CBC não tem um patrocinador nacional, o que não pode acontecer. Além disso, a entidade atropela as federações e não tem compromisso com o seu calendário", acrescentou ele, lembrando o Campeonato Brasileiro de Pista, que chegou a ser cancelado pelo segundo ano consecutivo, mas acabou sendo realizado no final da temporada passada. "O Campeonato Brasileiro de Pista só foi realizado no último ano devido à pressão das equipes e dos clubes. Caso contrário, não seria realizado novamente", completou.

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